Um Blog de dois erres, para todos os errantes.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

"Palmitagens" e "palmiteiros"


Ultimamente, tenho visto no facebook um debate intenso a respeito do termo "palmiteiro", que é usado para designar homens negros que só se relacionam com mulheres brancas. O termo por si só é problemático, pois dirige uma crítica ao comportamento de homens negros atingindo mulheres brancas, tipo chamar alguém de filho da puta (ofender alguém xingando sua mãe). Mas as feministas negras pós-modernas estão utilizando esse termo com tanto afã, que me levou a refletir sobre o assunto.


Concordo que existem homens negros que preferem se relacionar com mulheres brancas, sobretudo quando ascendem socialmente. Mas tenho notado que algumas feministas negras pós-modernas dirigem toda a sua indignação às mulheres brancas, e não aos homens negros que reproduzem esse comportamento racista. Isso tudo parece mais uma disputa de mulheres negras contra mulheres brancas pelo amor e atenção dos homens negros. Já vi feminista negra pós-moderna dizer que as  mulheres brancas é que são pedidas em casamento, com bolo e vestido rodado. Achei engraçado a moça em questão revelar assim, numa rede social, um desejo tão cafona, mas o que importa ressaltar nesse caso é que, se eventualmente mulheres brancas são pedidas em casamento, foi porque homens quiseram se casar com elas. A solidão da mulher negra não é culpa da mulher branca, mas se deve ao racismo e ao machismo de homens (brancos e negros) que  desumanizam e  desqualificam as negras como seres capazes de amar e serem amadas.

Por que não dirigir a crítica diretamente aos homens negros "palmiteiros", que reproduzem comportamentos machistas e racistas em relação às mulheres negras, em vez de culpar as mulheres brancas pela solidão que as negras sofrem? Me parece uma postura que não é oriunda de uma reflexão e de um esclarecimento sobre o tema. As feministas negras pós-modernas têm um rancor tão grande das mulheres brancas, como se estas fossem os demônios libidinosos que seduzem os homens negros incautos, "roubando-os" das negras. Toda essa história de "palmitagem" nada mais é do que uma disputa de feministas negras com as mulheres brancas pela piroca de ouro dos homens negros, e isso, definitivamente, não é atitude de feminista. Só serve para dividir as mulheres e isentar os homens de responderem por suas posturas questionáveis.

Mas vai ver que elas acham mesmo que os homens negros são vítimas incapazes de resistir à luxúria das brancas, pois os negros são anjos imunes à reprodução de um comportamento tão machista e racista. Afinal, não interessa se o negro é machista, racista, o Pelé ou o Mr. Catra, os negros sempre são defendidos, pois tudo que fazem é perdoável. Só que não!

As feministas negras pós-modernas deviam ser mais honestas, deixando de lado o feminismo e assumindo somente a militância negra, pois, com essa história de "palmitagem", elas revelaram que só querem casar em paz com seus homens negros, com bolo e vestido rodado, mas as bruxas brancas não deixam!

Não defendo o feminismo branco burguês, pois pretende pleitear um ou outro direito feminino sem questionar os privilégios de classe, como se isso fosse possível. Também
não estou dizendo que mulheres brancas não oprimem negras. Oprimem sim, sobretudo se lembrarmos do exemplo clássico da relação patroa x empregada doméstica, porém não devemos esquecer que essa opressão ocorre dentro de um conflito de classe. As mulheres negras sofrem opressões específicas, mas é a questão de classe que as feministas negras pós-modernas solenemente ignoram. Talvez elas achem que as feministas brancas lutam apenas  por aquelas universitárias de classe média cheias de privilégios sociais, e "esquecem" que também existem mulheres brancas socialmente desfavorecidas. Mulheres brancas também sofrem opressão de classe, são diminuídas, subestimadas, exploradas, estupradas, agredidas e assassinadas pelo machismo, e tudo isso é motivo mais do que suficiente para que feministas brancas classistas existam e sejam combativas. E reduzir toda a violência à qual todas as mulheres estão sujeitas a uma dicotomia feminismo branco x feminismo negro me parece muito reducionista.  As feministas negras têm mesmo que se dedicar às suas demandas específicas, mas se colocar numa postura de oposição a feministas brancas marxistas só prejudica as lutas pelos interesses de todas as mulheres trabalhadoras.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Hipocrisia a favor da "vida"


Por Rosa Estrada

O juízo que o senso comum tem a respeito das mulheres que abortaram é horrendo. Há alguns meses, a atriz Bruna Linzmayer foi chamada de hipócrita por ter participado de um vídeo pró-escolha. Essas pessoas que a criticaram não fazem a menor ideia do que significa a palavra hipocrisia.

Ver homens condenando mulheres já é horrível, mas ver mulheres mandando outras "fecharem as pernas" é especialmente triste. É como se a gravidez fosse um problema só das mulheres, enquanto muitos homens as abandonam grávidas e não são culpados nem recriminados por isso. Quem é contra o aborto, que não faça, mas não julguem a vida das outras. Quase todo mundo que condena o aborto não se importa nem um pouco com as crianças abandonadas em orfanatos e exploradas por adultos maldosos. Pra mim, isso que é um exemplo de hipocrisia.

Perdão eterno


Por Rosa Estrada

Dia desses, eu vi num site de celebridades uma matéria sobre casais famosos que se separaram por causa de traição, mas acabaram voltando às boas. O que há de comum em todos os casos é que são de mulheres lustrando os chifres. E tem homens perdoando infidelidades das mulheres? Jamais. É por isso que os homens são infiéis, porque sempre pularam e pularão a cerca e as mulheres vão sempre perdoar e se sacrificar pelo casamento, enquanto eles não sacrificam nem um pedacinho da unha do dedo mindinho.


As mulheres têm que ver se vale mesmo a pena perdoá-los. Vemos vários exemplos de mulheres que relevam as escapadas os maridos e acabam se arrependendo, porque eles acabam fazendo de novo ou trocando-as por novinhas. Quem não tem uma mãe que se fez de cega pra safadeza de nosso pai ou padrasto? Antigamente até que as mulheres não tinham muita opção, mas é triste que ainda hoje ajam da mesma forma. Claro que tem casos mais complicados, em que a mulher depende financeiramente do homem e não pode lhe dar um pé na bunda. Mas temos que começar a parar de depositar expectativas no homem, tanto financeiras quanto sentimentais, porque quase sempre quebramos a cara. Temos que rever esse negócio de sempre estarmos dispostas a nos sacrificar pelo outro, quando a recíproca nunca é verdadeira. Parece até que acabamos engolindo aquela ideia de que homem é assim mesmo, que é isso ou ficar só. Assim mesmo porra nenhuma, homem tem em qualquer esquina e se for pra ficarmos sós, que seja. Amor próprio, meu povo!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Novembro azul e o suposto papel das mulheres


Com a campanha do novembro azul, só vejo nos telejornais os âncoras enfatizando o papel das mulheres de incentivar os homens a ir ao médico. A todo tempo as mulheres são cobradas no sentido de exercerem sua função social de cuidadoras. Que tomem conta dos seus filhos, é mais do que compreensível. Agora, é no mínimo absurdo que nós tenhamos que nos portar como se fôssemos mães dos nossos parceiros, homens adultos e cientes de suas necessidades e obrigações. Mas é aí que está o xis da questão, pois, quando os homens se casam, o machismo os leva a pressupor que a esposa desempenhará todas as funções que suas mães desempenharam, só que com o adicional do sexo.
Até quando será cobrado das mulheres que cuidem dos homens como se eles fossem bebezões, como se as mulheres não estivessem suficientemente ocupadas cuidando de suas próprias vidas? Os homens são tidos como incapazes quando convém. Para se valer de privilégios e tratar as mulheres como inferiores, os homens (os  que são machistas) não precisam da ajuda de ninguém. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sobre a prostituição feminina



Por Rosa Estrada

Não tenho nada contra as prostitutas, mas sim contra a prostituição. A Bruna Surfistinha, por exemplo, recebeu muito destaque na mídia e acabou transmitindo uma ideia glamourizada da prostituição. Então, me pergunto por que justamente essas garotas de programa (como a Bruna) que optam por essa atividade por vontade/curiosidade/prazer têm tanto espaço na mídia. Arrisco uma resposta: porque a mídia quer passar a ideia de que a prostituição é algo natural, legal e que todas as mulheres que estão nessa vida são umas safadeeenhas que sentem muito tesão em fazer sexo por dinheiro, e acaba encobrindo toda a podridão que há nesse meio, como o tráfico de mulheres, a exploração por parte de cafetões, a prostituição infantil etc., para o bel-prazer dos homens que recorrem a esse serviço.
Eu acho que as prostitutas merecem respeito e tenho muita solidariedade a elas, mas não posso considerar fazer sexo por dinheiro algo ok. Sou a favor da liberdade sexual das mulheres, mas para que elas possam fazer sexo com tesão, com prazer e com quem quiser, e não por causa de uns mil-reis que um cliente poderá oferecer.
E sobre os homens que recorrem a prostitutas, eu fico pensando se eles não imaginam os sofrimentos daquelas garotas que estão emprestando os buracos delas para eles se masturbarem, se eles realmente acham prazeroso fazer sexo com uma mulher mediante o pagamento. Fico indignada com esses homens que consideram o seu próprio tesão a coisa mais importante do mundo e se danam para os sentimentos e para a humilhação que os outros passam, como se as mulheres só estivessem no mundo para lhes servir e lhes agradar. Sinceramente, ou esses homens acham que todas as mulheres são objetos sexuais, ou eles acreditam que existe mulher pra comer e mulher pra casar, essa dicotomia que nós, feministas, tanto odiamos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A representação d@s negr@s nas novelas


Por Rosa Estrada
Tenho pouco menos de três décadas de existência, por conta disso não tenho uma memória muito extensa sobre a representação d@s negr@s em novelas. Porém, desde muito cedo, algumas cenas transmitidas pela tevê me marcaram profundamente. Por exemplo, quando passou a versão mexicana da novela Carrossel pela primeira vez, eu era muito pequena, mas lembro muito bem de como o cordato e passivo Cirilo era maltratado pela rica e mimada Maria Joaquina. A única cena de que me recordo com toda a nitidez é de quando Cirilo adquiriu uma pomada que, acreditava ele, tinha o poder de deixá-lo branco e mais apresentável para Maria Joaquina. Uma representação segundo a qual tudo o que @s negr@s querem é ser aceit@s pelos brancos.
Maria Ceiça
Fui crescendo e verificando o quanto as novelas continuaram na sua representação d@s negr@s de maneira desrespeitosa: algumas de modo mais explícito, outras de forma mais escamoteada. Eu tinha uns onze anos quando a Vênus platinada transmitiu o folhetim Por Amor. Na trama, a personagem de Maria Ceiça (Márcia, foto) foi abandonada grávida pelo marido (Wilson), interpretado por Paulo César Grande, porque ele não desejava ter um filho negro e não fazia a menor questão de esconder isso. Contudo, o rapaz tentou se reaproximar ao descobrir que a filha nascera loira de olhos azuis, como ele. De início, Márcia dispensou o ex-marido, com toda a razão, porque estava muito claro para ela que Wilson havia mudado de ideia apenas porque sua filha não era negra. Porém, com o tempo Márcia foi cedendo e, no fim, ela e Wilson terminaram juntos e felizes para sempre, e o encaminhamento da trama deu a atender que o personagem de Paulo César Grande havia se redimido. Mas é muito fácil dizer que se redimiu do seu racismo, desde que sua filha com uma mulher negra não nasça com a pele escura e os cabelos crespos, néam...

Uma memória mais recente que eu tenho é da novela Da Cor do Pecado. Além do título horrendo, a trama também apresenta demonstrações gritantes de racismo. A estória de amor entre Preta (Taís Araújo) e Paco (Reynaldo Gianechini) não é bem vista pela mãe da moça, Lita (Solange Couto), pelo simples fato de Paco ser branco. Nesse sentido, a novela apresenta um discurso segundo o qual o racismo atualmente é algo que parte dos próprios negros, ignorando um histórico de exploração e uma cultura que ainda ataca cotidianamente a autoestima de toda uma etnia. Essa novela teve uma cena que beirou o nonsense, na qual Apolo (Gianechini) e Ulisses (Leonardo Brício) chegam a um bar em São Luís do Maranhão e são atacados por um grupo de nativos, simplesmente por serem turistas oriundos “do Sul”. Quer dizer, nem o mínimo de educação e civilidade os nordestinos parecem ter, segundo o autor da novela.
 Viver a Vida foi a primeira novela global em horário nobre cuja protagonista era negra, novamente interpretada por Taís Araújo. A Helena de Taís Araújo era rica e bem-sucedida, mas tem uma irmã (Sandra, de Aparecida Petrowki) que vai morar no morro com o namorado bandido, também negro, invariavelmente. Eu acho impressionante que nessas novelas os personagens negros parecem ter impulsos incontroláveis, que fatalmente os acabam levando a assumir os comportamentos que uma cultura racista espera deles. O namorado de Sandra, Bené (Marcelo Melo, ao lado, com Sandra), é negro, mora no morro e, seguindo o script, é bandido. Só que eu não me lembro quais eram os crimes que ele cometia. Sério. Eu só me lembro de Bené correndo para lá e pra cá, fugindo, e os personagens em torno dele mencionando a todo tempo o quanto era alta a sua periculosidade, apesar de as infrações do rapaz não terem ficado claras ao telespectador. Recordo-me, obviamente, de como foi excessivamente trágico o seu fim, brutalmente assassinado na frente da namorada.  
Mas, voltando à Helena, ela é negra, rica, bem-sucedida, mas acredito que foi um truque do autor, pois em nenhum momento Taís Araújo protagonizou realmente essa novela. Afinal, a personagem nem tinha uma história consistente, que desse fôlego à trama. Nesse sentido, foi fácil para Alline Moraes ofuscar Taís Araújo com sua Luciana, a moça que fica tetraplégica num acidente. Afinal, toda a estória foi conduzida para emocionar o telespectador com a trajetória de superação da mocinha branca, rica e amada pelos pais (em detrimento das irmãs, um horror), deixando Helena totalmente apagada no folhetim. Viver a vida também teve uma cena lamentável, em que a personagem de Taís Araújo se sente culpada pelo acidente de Luciana, ajoelha-se na frente da mãe dela (Lília Cabral), pedindo perdão, e recebe um tapa na cara. Eu considero essa cena completamente dispensável na estória, pois o que aconteceu na novela, resumidamente, foi o seguinte: Helena e Luciana eram modelos e estavam fazendo um trabalho juntas em alguma parte do mundo. Aí Helena briga com Luciana e a manda ir para algum lugar de ônibus, ao invés de permitir que a moça a acompanhasse em seu carro. Só que, no tal ônibus, Luciana sofre o acidente que a deixa tetraplégica. Minha pergunta é: como Helena ia adivinhar que Luciana ia sofrer o acidente? Assim, parece óbvio que Helena não teve nenhuma culpa, certo? Errado, na opinião de Tereza, a fidalga branca que é a mãe de Luciana. Então, Tereza vai à casa de Helena para jogar na cara dela a responsabilidade pelo que aconteceu à sua filha. Se eu fosse Helena, eu ia lamentar o acidente, mas deixar bem claro que eu não tenho bola de cristal e que eu jamais poderia imaginar que tamanha desgraça iria acontecer a Luciana. Depois, mandaria Tereza ir catar coquinho, e até chamaria a polícia se fosse preciso. Mas não. Tudo o que Helena faz é assumir a subserviência inerente à sua cor (na pena do autor da novela) e pedir perdão de joelhos. Em troca, recebe um tapa na cara. Uma mensagem bem explícita de que @s negr@s que “não sabem o seu lugar” acarretam desgraças aos brancos ricos, esses seres angelicais de sangue azul que viviam muito felizes até que @s negr@s tiveram a ousadia de ocupar espaços no mundo que não fossem os previamente dedicados a eles (a cozinha, o prostíbulo, os presídios). Ver a cena aqui.

Recentemente, Taís Araújo protagonizou outra novela, Cheias de Charme. Porém, dentre as empreguetes, era a única negra e também a única que falava errado e que não tinha nenhuma outra ambição na vida, a não ser continuar vivendo sua vida de empreguete. A Rosário de Leandra Leal queria ser cantora, a Cida de Isabelle Drummond planejava estudar jornalismo. Entretanto, a Penha de Taís Araújo não tinha um sonho, não visava nenhuma outra perspectiva na vida que não fosse continuar servindo a alguma patroa branca e “bondosa”.
Lado a Lado apresenta algum mérito ao contar com um número bem maior que o habitual de personagens negros, compondo perfis mais variados. No entanto, ainda peca por mostrar os brancos como salvadores d@s negr@s. A Isabel de Camila Pitanga tem características muito interessantes: é honesta, decidida, forte e cativante. Porém, só conseguiu se estabilizar na vida graças ao beneplácito de mulheres brancas: Madame Besançon (Beatriz Segall), Diva (Maria Padilha), Laura (Marjorie Estiano), Madame Dorleac (Maria Fernanda Cândido). É claro que o gênero as une, mas o recorte de raça e de classe tem especificidades que não podem de forma alguma ser desconsideradas. Temos que ter em mente que todos os avanços que os movimentos sociais tiveram, seja de mulheres, de negros, etc., foram conseguidos graças a muita luta e pressão junto à sociedade, e não devido à generosidade de algum representante bonzinho dos grupos dominantes.
 Mesmo com suas qualidades, Lado a Lado ainda é um avanço muito tímido rumo ao combate à depreciação d@s negr@s na mídia, sobretudo porque a Globo insiste em manter no ar personagens como Adelaide de Zorra Total, cuja única função é ridicularizar de uma só tacada vários grupos socialmente discriminados: é pobre, mulher e negra.




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Uniformização das mulheres

Por Rosa Estrada



Tem um comercial de lingerie que está sendo veiculado na TV, que chama atenção pelo machismo explícito. Parece chover no molhado falar de machismo em comercial, mas tem algumas campanhas publicitárias que são realmente chocantes. Mas essa propaganda à qual me refiro chamou minha atenção por três motivos:

1) O comercial mostra características masculinas totalmente irrelevantes como impedimentos para se ter relacionamentos com os homens que as possuem, como usar cueca de vinco, morar com a mãe, fazer as unhas etc.

2) O comercial reconhece que, num universo de 100, existem homens com as características as mais diversas, embora sejam traços mostrados como ruins, é verdade. Mas as mulheres são todas iguais: todas querem usar uma lingerie sexy para atrair um macho, como se não existissem as lésbicas, as que já são casadas, as que não estão em busca de um homem etc.

3) O comercial mostra as mulheres como inimigas e concorrentes entre si, na busca irrefreável por um homem, o que, afinal, é o que move toda mulher, segundo os publicitários que trabalharam nessa propaganda, é claro. E como se conquistar um homem só dependesse de usar uma lingerie sexy.

Pois é, não subestimemos as superestruturas.