Um Blog de dois erres, para todos os errantes.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

R.I.P. Ronnie James Dio




Por Rosa Estrada

Uso este espaço no Erres Errantes para prestar a minha homenagem póstuma a este grande artista. Ainda era criança, mas lembro muito bem da fita k7 que minha irmã tinha, que começava com um heavy metal contagiante, com um vocal poderoso. Demorei para descobrir que a música era intitulada "Holy Diver", e a voz era de um certo Ronnie James Dio. Muitos anos se passaram desde então e até hoje sinto um frio na barriga com aquela introdução atmosférica, minha pele se arrepia com os primeiros acordes, e meu coração dispara quando escuto a voz com o timbre único e belíssimo de Ronnie James. O que dizer então da ocasião em que escutei o disco Heaven and Hell, do Black Sabbath, pela primeira vez? Suei frio escutando "Children of the Sea", linda composição de Ronnie. Depois, eu continuaria me emocionando com "Self Portrait" e "Catch the rainbow" do Rainbow, "Sign of the Southern Cross" do Black Sabbath, "Rainbow in the dark" da sua carreira solo. Seja no Elf, no Rainbow, no Black Sabbath ou solo, Dio sempre foi fantástico como cantor e compositor. Não foi pretensioso da parte dele adotar esse nome artístico. Ronnie James é mesmo um DIO.




sexta-feira, 7 de maio de 2010

Homenagem ao Dia das Mães

Por Rosa Estrada


É insuportável ver os meios de comunicação de massa em suas hipócritas ovações às mães, agora que o tal dia das parideiras está próximo. Veja bem, não tenho nada contra as mães. Tem filho quem quer, cria quem pode. Mas o que me deixa indignada é a insistência da mídia em ressaltar o quanto é maravilhoso dar à luz, o quanto é incomensurável o amor materno, o quanto a mulher que ainda não pariu é incompleta, e outras pieguices e absurdos do gênero. Até aquela cantora do povão protagonizou uma propaganda dizendo que, quando teve seu filho, descobriu que foi para isso que ela existe enquanto fêmea. Entretanto, ninguém parece lembrar de todas as questões que envolvem os direitos reprodutivos da mulher no Brasil. O Dia das Mães vai passar, e o aborto vai continuar sendo um assunto varrido para debaixo do tapete. As mulheres continuarão sendo recriminadas por exercerem sua sexualidade, e as que optarem pelo aborto serão condenadas a recorrer a remédios ilegais, a clínicas clandestinas, sujeitas às penalidades da lei como se fossem psicopatas, como se a interrupção da gravidez fosse algo prazeroso e que não provocasse nenhum trauma. Aquelas que optarem por dar à luz permanecerão à mercê de um caótico sistema público de saúde, sem saber se elas e seus bebês voltarão vivos e inteiros dos hospitais-açougues. O machismo continuará reinando na sociedade, delegando exclusivamente à mulher a responsabilidade de criar os filhos, cuidar quando doentes, prepará-los para a vida, enquanto aos homens caberá no máximo inseminar e depois dar sessenta reais de pensão por mês. E assim caminha a humanidade.