tag:blogger.com,1999:blog-32397222115102465342024-03-19T13:49:29.176-07:00Erres ErrantesErres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-31077029129615157562016-01-08T19:22:00.004-08:002016-01-18T13:23:49.229-08:00"Palmitagens" e "palmiteiros"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYom_GCAXHZswIEz3ZHzoYUuk8KjG05IzgOE-BvFpP1wBsYuj6O21H-ONlsZBjBdve6Obwz0iXqdd_xGYsewBlXWdb31NRm0FAhv47w_Q3CzWLxaMoz81DIVrg-UKtwnxaieFEZo4eKKo/s1600/palmito.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYom_GCAXHZswIEz3ZHzoYUuk8KjG05IzgOE-BvFpP1wBsYuj6O21H-ONlsZBjBdve6Obwz0iXqdd_xGYsewBlXWdb31NRm0FAhv47w_Q3CzWLxaMoz81DIVrg-UKtwnxaieFEZo4eKKo/s1600/palmito.jpg" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ultimamente, tenho visto no facebook um debate intenso a respeito do termo "palmiteiro", que é usado para designar homens negros que só se relacionam com mulheres brancas. O termo por si só é problemático, pois dirige uma crítica ao comportamento de homens negros atingindo mulheres brancas, tipo chamar alguém de filho da puta (ofender alguém xingando sua mãe). Mas as feministas negras pós-modernas estão utilizando esse termo com tanto afã, que me levou a refletir sobre o assunto.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Concordo que existem homens negros que preferem se relacionar com mulheres brancas, sobretudo quando ascendem socialmente. Mas tenho notado que algumas feministas negras pós-modernas dirigem toda a sua indignação às mulheres brancas, e não aos homens negros que reproduzem esse comportamento racista. Isso tudo parece mais uma disputa de mulheres negras contra mulheres brancas pelo amor e atenção dos homens negros. Já vi feminista negra pós-moderna dizer que as mulheres brancas é que são pedidas em casamento, com bolo e vestido rodado. Achei engraçado a moça em questão revelar assim, numa rede social, um desejo tão cafona, mas o que importa ressaltar nesse caso é que, se eventualmente mulheres brancas são pedidas em casamento, foi porque homens quiseram se casar com elas. A solidão da mulher negra não é culpa da mulher branca, mas se deve ao racismo e ao machismo de homens (brancos e negros) que desumanizam e desqualificam as negras como seres capazes de amar e serem amadas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtzw-6OYpu2Ia4dmsVSlJvTSu5rApjmtSoPSOJKw5WrwdsoOWn6Gg4lctLsD5K2ASiaq-Gos7jWnjuVhUUi9vDEIiGn6XBI66gMYRsLHqGPV24TiBslL6EYK6d-J8tZUvQoDw9g7Sxk7I/s1600/casal.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtzw-6OYpu2Ia4dmsVSlJvTSu5rApjmtSoPSOJKw5WrwdsoOWn6Gg4lctLsD5K2ASiaq-Gos7jWnjuVhUUi9vDEIiGn6XBI66gMYRsLHqGPV24TiBslL6EYK6d-J8tZUvQoDw9g7Sxk7I/s320/casal.jpg" width="246" /></a><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Por que não dirigir a crítica diretamente aos homens negros "palmiteiros", que reproduzem comportamentos machistas e racistas em relação às mulheres negras, em vez de culpar as mulheres brancas pela solidão que as negras sofrem? Me parece uma postura que não é oriunda de uma reflexão e de um esclarecimento sobre o tema. As feministas negras pós-modernas têm um rancor tão grande das mulheres brancas, como se estas fossem os demônios libidinosos que seduzem os homens negros incautos, "roubando-os" das negras. Toda essa história de "palmitagem" nada mais é do que uma disputa de feministas negras com as mulheres brancas pela piroca de ouro dos homens negros, e isso, definitivamente, não é atitude de feminista. Só serve para dividir as mulheres e isentar os homens de responderem por suas posturas questionáveis.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas vai ver que elas acham mesmo que os homens negros são vítimas incapazes de resistir à luxúria das brancas, pois os negros são anjos imunes à reprodução de um comportamento tão machista e racista. Afinal, não interessa se o negro é machista, racista, o Pelé ou o Mr. Catra, os negros sempre são defendidos, pois tudo que fazem é perdoável. Só que não!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtzw-6OYpu2Ia4dmsVSlJvTSu5rApjmtSoPSOJKw5WrwdsoOWn6Gg4lctLsD5K2ASiaq-Gos7jWnjuVhUUi9vDEIiGn6XBI66gMYRsLHqGPV24TiBslL6EYK6d-J8tZUvQoDw9g7Sxk7I/s1600/casal.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">As feministas negras pós-modernas deviam ser mais honestas, deixando de lado o feminismo e assumindo somente a militância negra, pois, com essa história de "palmitagem", elas revelaram que só querem casar em paz com seus homens negros, com bolo e vestido rodado, mas as bruxas brancas não deixam!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não defendo o feminismo branco burguês, pois pretende pleitear um ou outro direito feminino sem questionar os privilégios de classe, como se isso fosse possível. Também</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">não estou dizendo que mulheres brancas não oprimem negras. Oprimem sim, sobretudo se lembrarmos do exemplo clássico da relação patroa x empregada doméstica, porém não devemos esquecer que essa opressão ocorre dentro de um conflito de classe. As mulheres negras sofrem opressões específicas, mas é a questão de classe que as feministas negras pós-modernas solenemente ignoram. Talvez elas achem que as feministas brancas lutam apenas por aquelas universitárias de classe média cheias de privilégios sociais, e "esquecem" que também existem mulheres brancas socialmente desfavorecidas. Mulheres brancas também sofrem opressão de classe, são diminuídas, subestimadas, exploradas, estupradas, agredidas e assassinadas pelo machismo, e tudo isso é motivo mais do que suficiente para que feministas brancas classistas existam e sejam combativas. E reduzir toda a violência à qual todas as mulheres estão sujeitas a uma dicotomia feminismo branco x feminismo negro me parece muito reducionista. As feministas negras têm mesmo que se dedicar às suas demandas específicas, mas se colocar numa postura de oposição a feministas brancas marxistas só prejudica as lutas pelos interesses de todas as mulheres trabalhadoras.</span></div>
</div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-60555796252210597832015-12-23T18:08:00.003-08:002015-12-23T18:24:29.132-08:00Hipocrisia a favor da "vida"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP-_tZyPpCpbZnfh6ArUCye-4KqcFzrA_Qq4EfKz4E52AAqgw1_wqSRsnia9IkG92eFLZFj4_9szOMjN8Vmo0Vdm9oq4OVCioO0xGTesWG04cgUOENEhQJlmJSjB3dE0iudkGdjC_R9Ms/s1600/balanca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP-_tZyPpCpbZnfh6ArUCye-4KqcFzrA_Qq4EfKz4E52AAqgw1_wqSRsnia9IkG92eFLZFj4_9szOMjN8Vmo0Vdm9oq4OVCioO0xGTesWG04cgUOENEhQJlmJSjB3dE0iudkGdjC_R9Ms/s1600/balanca.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por Rosa Estrada</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O juízo que o senso comum tem a respeito das mulheres que abortaram é horrendo. Há alguns meses, a atriz Bruna Linzmayer <a href="http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2015/11/13/atriz-da-globo-e-chamada-de-assassina-e-hipocrita-por-defender-o-aborto.htm" target="_blank">foi chamada de hipócrita</a> por ter participado de um vídeo pró-escolha. Essas pessoas que a criticaram não fazem a menor ideia do que significa a palavra hipocrisia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ver homens condenando mulheres já é horrível, mas ver mulheres mandando outras "fecharem as pernas" é especialmente triste. É como se a gravidez fosse um problema só das mulheres, enquanto muitos homens as abandonam grávidas e não são culpados nem recriminados por isso. Quem é contra o aborto, que não faça, mas não julguem a vida das outras. Quase todo mundo que condena o aborto não se importa nem um pouco com as crianças abandonadas em orfanatos e exploradas por adultos maldosos. Pra mim, isso que é um exemplo de hipocrisia.</span></div>
</div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-40194875659834251642015-12-23T17:59:00.001-08:002015-12-24T15:12:05.945-08:00Perdão eterno<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikUXgIKz_fbXTnQG35Fe5T-x0XWEnDpB9UKIXCFWAQ-AKJ8mdzCT_Orr_KKREwDkx2jJeqQ-t62xNwn8PZjDL9dJppvq0v0N7Kgu4EwY5zLP_ihYQzLDhhvO_Y6hq_Sbi_qw3_fvxXqXE/s1600/infidelidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikUXgIKz_fbXTnQG35Fe5T-x0XWEnDpB9UKIXCFWAQ-AKJ8mdzCT_Orr_KKREwDkx2jJeqQ-t62xNwn8PZjDL9dJppvq0v0N7Kgu4EwY5zLP_ihYQzLDhhvO_Y6hq_Sbi_qw3_fvxXqXE/s320/infidelidade.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Por Rosa Estrada</b></span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #222222;"><br /></span>
<span style="color: #222222;">Dia desses, eu vi num <a href="http://www.purepeople.com.br/noticia/veja-cinco-casais-de-famosos-que-superaram-a-traicao-e-continuam-felizes_a76967/1" target="_blank">site</a> de celebridades uma matéria sobre casais famosos que se separaram por causa de traição, mas acabaram voltando às boas. O que há de comum em todos os casos é que são de mulheres lustrando os chifres. E tem homens perdoando infidelidades das mulheres? Jamais. É por isso que os homens são infiéis, porque sempre pularam e pularão a cerca e as mulheres vão sempre perdoar e se sacrificar pelo casamento, enquanto eles não sacrificam nem um pedacinh</span><span style="color: #222222;">o da unha do dedo mindinho.</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #222222;">As mulheres têm que ver se vale mesmo a pena</span><span style="color: #222222;"> </span><span style="color: #222222;">perdoá-los. Vemos vários exemplos de mulheres que relevam as escapadas os maridos e acabam se arrependendo, porque eles acabam fazendo de novo ou trocando-as por novinhas. Quem não tem uma mãe que se fez de cega pra safadeza de nosso pai ou padrasto? Antigamente até que as mulheres não tinham muita opção, mas é triste que ainda hoje ajam da mesma forma. Claro que tem casos mais complicados, em que a mulher depende financeiramente do homem e não pode lhe dar um pé na bunda. Mas temos que começar a parar de depositar expectativas no homem, tanto financeiras quanto sentimentais, porque quase sempre quebramos a cara. Temos que rever esse negócio de sempre estarmos dispostas a nos sacrificar pelo outro, quando a recíproca nunca é verdadeira. Parece até que acabamos engolindo aquela ideia de que homem é assim mesmo, que é isso ou ficar só. Assim mesmo porra nenhuma, homem tem em qualquer esquina e se for pra ficarmos sós, que seja. Amor próprio, meu povo!</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-22425864740032844492014-11-28T16:13:00.002-08:002014-11-28T16:13:26.360-08:00Novembro azul e o suposto papel das mulheres<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEbG6e-9Uu94AxPZ-6-kBhGmNp6Ji9JyLFvvobwHnAZBqbLZTO1bkelFf68hzhiVjaGHgF1hEtLRwKMkaUFNmSVB0fprcOIt0syexsMyZqKEFaYcheJd1KsU7-V1uo83aXtpL-O1OgUg4/s1600/bebez%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEbG6e-9Uu94AxPZ-6-kBhGmNp6Ji9JyLFvvobwHnAZBqbLZTO1bkelFf68hzhiVjaGHgF1hEtLRwKMkaUFNmSVB0fprcOIt0syexsMyZqKEFaYcheJd1KsU7-V1uo83aXtpL-O1OgUg4/s1600/bebez%C3%A3o.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUpQh6mfHTs316s3-neSBb8NesgcFqPtIALMlWfyhEPDVxU6-B-hMxEJoxgAmYITDEoZpQ879fPGlH6NzbW8SlIdUQUypbhXkYO92_uRdRhkbIf__p7Hwcu7J52XaKLTSYxreH_Qf3GM/s1600/novembro+azul.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOUpQh6mfHTs316s3-neSBb8NesgcFqPtIALMlWfyhEPDVxU6-B-hMxEJoxgAmYITDEoZpQ879fPGlH6NzbW8SlIdUQUypbhXkYO92_uRdRhkbIf__p7Hwcu7J52XaKLTSYxreH_Qf3GM/s1600/novembro+azul.jpg" /></a><span lang="pt">Com a campanha do novembro azul, só vejo nos telejornais os âncoras
enfatizando o papel das mulheres de incentivar os homens a ir ao médico. </span>A todo tempo as mulheres são cobradas no sentido de exercerem sua função social de cuidadoras. Que tomem conta dos seus filhos, é mais do que compreensível. Agora, é no mínimo absurdo que nós tenhamos que nos portar como se fôssemos mães dos nossos parceiros, homens adultos e cientes de suas necessidades e obrigações. Mas é aí que está o xis da questão, pois, quando os homens se casam, o machismo os leva a pressupor que a esposa desempenhará todas as funções que suas mães desempenharam, só que com o adicional do sexo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até quando será cobrado das mulheres que cuidem dos homens como se eles fossem bebezões, como se as mulheres não estivessem suficientemente ocupadas cuidando de suas próprias vidas? Os homens são tidos como incapazes quando convém. Para se valer de privilégios e tratar as mulheres como inferiores, os homens (os que são machistas) não precisam da ajuda de ninguém. </div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-73168580059413657852013-02-18T22:46:00.002-08:002013-02-18T23:06:57.669-08:00Sobre a prostituição feminina<br />
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-41tBJCajnPpxPMV1SiG83xbTussf_I3OgJKzuksk_2_cpXaTNGuKlh_PX_LbEfy3y0G875JdJt5l-Mlfn2GwPG3PxgF9lOj8ysGlIm6wTYBOqTvc0udaO7f9LSO3_oQp5QfBjjCmcso/s1600/prostitui%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="141" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-41tBJCajnPpxPMV1SiG83xbTussf_I3OgJKzuksk_2_cpXaTNGuKlh_PX_LbEfy3y0G875JdJt5l-Mlfn2GwPG3PxgF9lOj8ysGlIm6wTYBOqTvc0udaO7f9LSO3_oQp5QfBjjCmcso/s200/prostitui%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwR4QAsmtc1PqRHhxODL-5-1giRkNVK0S7BZyfXeTVAs2wkA-QmpJmLy2W4i8xlNMzveqgcR_3fbJGLtDrWsjxtdddgxFVBtaFIIVXKCcGsW1j_fV3VYZjOKSZkHhwONB_HWJIstsHXF0/s1600/brunasurfisitnha.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwR4QAsmtc1PqRHhxODL-5-1giRkNVK0S7BZyfXeTVAs2wkA-QmpJmLy2W4i8xlNMzveqgcR_3fbJGLtDrWsjxtdddgxFVBtaFIIVXKCcGsW1j_fV3VYZjOKSZkHhwONB_HWJIstsHXF0/s1600/brunasurfisitnha.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwR4QAsmtc1PqRHhxODL-5-1giRkNVK0S7BZyfXeTVAs2wkA-QmpJmLy2W4i8xlNMzveqgcR_3fbJGLtDrWsjxtdddgxFVBtaFIIVXKCcGsW1j_fV3VYZjOKSZkHhwONB_HWJIstsHXF0/s200/brunasurfisitnha.png" width="156" /></a><br />
<strong>Por Rosa Estrada</strong><br />
<br />
Não tenho nada contra as prostitutas, mas sim contra a prostituição. A Bruna Surfistinha, por exemplo, recebeu muito destaque na mídia e acabou transmitindo uma ideia glamourizada da prostituição. Então, me pergunto por que justamente essas garotas de programa (como a Bruna) que optam por essa atividade por vontade/curiosidade/prazer têm tanto espaço na mídia. Arrisco uma resposta: porque a mídia quer passar a ideia de que a prostituição é algo natural, legal e que todas as mulheres que estão nessa vida são umas safadeeenhas que sentem muito tesão em fazer sexo por dinheiro, e acaba encobrindo toda a podridão que há nesse meio, como o tráfico de mulheres, a exploração por parte de cafetões, a prostituição infantil etc., para o bel-prazer dos homens que recorrem a esse serviço.<br />
Eu acho que as prostitutas merecem respeito e tenho muita solidariedade a elas, mas não posso considerar fazer sexo por dinheiro algo ok. Sou a favor da liberdade sexual das mulheres, mas para que elas possam fazer sexo com tesão, com prazer e com quem quiser, e não por causa de uns mil-reis que um cliente poderá oferecer. <br />
E sobre os homens que recorrem a prostitutas, eu fico pensando se eles não imaginam os sofrimentos daquelas garotas que estão emprestando os buracos delas para eles se masturbarem, se eles realmente acham prazeroso fazer sexo com uma mulher mediante o pagamento. Fico indignada com esses homens que consideram o seu próprio tesão a coisa mais importante do mundo e se danam para os sentimentos e para a humilhação que os outros passam, como se as mulheres só estivessem no mundo para lhes servir e lhes agradar. Sinceramente, ou esses homens acham que todas as mulheres são objetos sexuais, ou eles acreditam que existe mulher pra comer e mulher pra casar, essa dicotomia que nós, feministas, tanto odiamos. Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-20629712969200207822012-11-20T16:56:00.000-08:002012-11-23T17:58:34.203-08:00A representação d@s negr@s nas novelas<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><b>Por Rosa Estrada</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tenho pouco
menos de três décadas de existência, por conta disso não tenho uma memória
muito extensa sobre a representação d@s negr@s em novelas. Porém, desde muito
cedo, algumas cenas transmitidas pela tevê me marcaram profundamente. Por
exemplo, quando passou a versão mexicana da novela <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Carrossel</i> pela primeira vez, eu era muito pequena, mas lembro muito
bem de como o cordato e passivo Cirilo era maltratado pela rica e mimada Maria
Joaquina. A única cena de que me recordo com toda a nitidez é de quando Cirilo
adquiriu uma pomada que, acreditava ele, tinha o poder de deixá-lo branco e
mais apresentável para Maria Joaquina. Uma representação segundo a qual tudo o
que @s negr@s querem é ser aceit@s pelos brancos. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE2T6rkG4AXdMUeE90UsIAdDOsDdqwn9WAEkgE6_otdx5EPFekosHhZRah7ABvssW90TdHJoDoOxI-S3SlzXcl7wxmKD-_yhn100dLhpHjOrt5D-Y5rUjR1fioEqOAZXKa0LLKQ7bSlWQ/s1600/maria-ceica-10-233.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE2T6rkG4AXdMUeE90UsIAdDOsDdqwn9WAEkgE6_otdx5EPFekosHhZRah7ABvssW90TdHJoDoOxI-S3SlzXcl7wxmKD-_yhn100dLhpHjOrt5D-Y5rUjR1fioEqOAZXKa0LLKQ7bSlWQ/s200/maria-ceica-10-233.jpg" width="199" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Ceiça</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Fui
crescendo e verificando o quanto as novelas continuaram na sua representação
d@s negr@s de maneira desrespeitosa: algumas de modo mais explícito, outras de
forma mais escamoteada. Eu tinha uns onze anos quando a Vênus platinada
transmitiu o folhetim <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Por Amor</i>. Na
trama, a personagem de Maria Ceiça (Márcia, foto) foi abandonada grávida pelo marido
(Wilson), interpretado por Paulo César Grande, porque ele não desejava ter um
filho negro e não fazia a menor questão de esconder isso. Contudo, o rapaz
tentou se reaproximar ao descobrir que a filha nascera loira de olhos azuis,
como ele. De início, Márcia dispensou o ex-marido, com toda a razão, porque
estava muito claro para ela que Wilson havia mudado de ideia apenas porque sua
filha não era negra. Porém, com o tempo Márcia foi cedendo e, no fim, ela e
Wilson terminaram juntos e felizes para sempre, e o encaminhamento da trama deu
a atender que o personagem de Paulo César Grande havia se redimido. Mas é muito
fácil dizer que se redimiu do seu racismo, desde que sua filha com uma mulher
negra não nasça com a pele escura e os cabelos crespos, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">néam</i>... <o:p></o:p></span></div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXjipO80l9WEYv-ScwF6tS0sF1NJbnxEL6RdoypSlsQQrcmWDXCsy6MIOR9wxrfszHjthUllBILu-gT8wiYT1zmTE8iqtXzggSgCIQlf5cZvQsfxPHbN89fHH7zgeMmEAj39ptu_6Bfws/s1600/preta+e+paco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXjipO80l9WEYv-ScwF6tS0sF1NJbnxEL6RdoypSlsQQrcmWDXCsy6MIOR9wxrfszHjthUllBILu-gT8wiYT1zmTE8iqtXzggSgCIQlf5cZvQsfxPHbN89fHH7zgeMmEAj39ptu_6Bfws/s1600/preta+e+paco.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Uma memória
mais recente que eu tenho é da novela <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Da
Cor do Pecado. </i>Além do título horrendo, a trama também apresenta demonstrações
gritantes de racismo. A estória de amor entre Preta (Taís Araújo) e Paco
(Reynaldo Gianechini) não é bem vista pela mãe da moça, Lita (Solange Couto),
pelo simples fato de Paco ser branco. Nesse sentido, a novela apresenta um
discurso segundo o qual o racismo atualmente é algo que parte dos próprios negros,
ignorando um histórico de exploração e uma cultura que ainda ataca
cotidianamente a autoestima de toda uma etnia. Essa novela teve uma cena que
beirou o nonsense, na qual Apolo (Gianechini) e Ulisses (Leonardo Brício)
chegam a um bar em São Luís do Maranhão e são atacados por um grupo de nativos,
simplesmente por serem turistas oriundos “do Sul”. Quer dizer, nem o mínimo de
educação e civilidade os nordestinos parecem ter, segundo o autor da novela. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5B2qc2SjmPskdWXhEa0DqwKCqEgvQCkYizFupX56ppyc35-IWLKqHK3ZXBCU7mri5FKlOrZywAft68GciH4Fj5Ebk2qcq1SWX3JGIBZcO9BnyhPrkekBuCIJI1aV2IiIL2KOD9WLvG34/s1600/sandra+ben%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5B2qc2SjmPskdWXhEa0DqwKCqEgvQCkYizFupX56ppyc35-IWLKqHK3ZXBCU7mri5FKlOrZywAft68GciH4Fj5Ebk2qcq1SWX3JGIBZcO9BnyhPrkekBuCIJI1aV2IiIL2KOD9WLvG34/s1600/sandra+ben%C3%A9.jpg" /></a><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viver a Vida </i>foi a primeira novela
global em horário nobre cuja protagonista era negra, novamente interpretada por
Taís Araújo. A Helena de Taís Araújo era rica e bem-sucedida, mas tem uma irmã (Sandra,
de Aparecida Petrowki) que vai morar no morro com o namorado bandido, também
negro, invariavelmente. Eu acho impressionante que nessas novelas os
personagens negros parecem ter <a href="http://erreserrantes.blogspot.com.br/2010/03/como-diria-gramsci.html" target="_blank">impulsos incontroláveis,</a> que fatalmente os
acabam levando a assumir os comportamentos que uma cultura racista espera
deles. O namorado de Sandra, Bené (Marcelo Melo, ao lado, com Sandra), é negro, mora no morro e, seguindo o script,
é bandido. Só que eu não me lembro quais eram os crimes que ele cometia. Sério.
Eu só me lembro de Bené correndo para lá e pra cá, fugindo, e os personagens em
torno dele mencionando a todo tempo o quanto era alta a sua periculosidade,
apesar de as infrações do rapaz não terem ficado claras ao telespectador.
Recordo-me, obviamente, de como foi excessivamente trágico o seu fim,
brutalmente assassinado na frente da namorada. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK9SR944TYrmkFaAG1oy3m0B2vQpAnkFVxAbYMPND-w74j7yCXln682_wGINZWIrHTs67hJcOo2THYUqxn_qsZ5egaDG1EtTALKcwnFo8Wrw4qp_u-_A9Qhvd6KAhBCqWZyw5jD8ylOSY/s1600/luciana+viver+a+vida.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK9SR944TYrmkFaAG1oy3m0B2vQpAnkFVxAbYMPND-w74j7yCXln682_wGINZWIrHTs67hJcOo2THYUqxn_qsZ5egaDG1EtTALKcwnFo8Wrw4qp_u-_A9Qhvd6KAhBCqWZyw5jD8ylOSY/s1600/luciana+viver+a+vida.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTUt_bwVqL35ccj9p6z0e4mgCB20HBGk0eVlIeGTpLl4ElqB8GBSatFINFKWl3Tskslhws8oxv6_ekFguc0m9F66iVvIJVP60O6vlm4O6fB3qnVvAovbhGezfv373GWxRY-m1wg_0xqbU/s1600/tereza.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTUt_bwVqL35ccj9p6z0e4mgCB20HBGk0eVlIeGTpLl4ElqB8GBSatFINFKWl3Tskslhws8oxv6_ekFguc0m9F66iVvIJVP60O6vlm4O6fB3qnVvAovbhGezfv373GWxRY-m1wg_0xqbU/s200/tereza.jpg" width="200" /></a><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mas,
voltando à Helena, ela é negra, rica, bem-sucedida, mas acredito que foi um
truque do autor, pois em nenhum momento Taís Araújo protagonizou realmente essa
novela. Afinal, a personagem nem tinha uma história consistente, que desse
fôlego à trama. Nesse sentido, foi fácil para Alline Moraes ofuscar Taís Araújo
com sua Luciana, a moça que fica tetraplégica num acidente. Afinal, toda a
estória foi conduzida para emocionar o telespectador com a trajetória de
superação da mocinha branca, rica e amada pelos pais (em detrimento das irmãs,
um horror), deixando Helena totalmente apagada no folhetim. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viver a vida</i> também teve uma cena
lamentável, em que a personagem de Taís Araújo se sente culpada pelo acidente
de Luciana, ajoelha-se na frente da mãe dela (Lília Cabral), pedindo perdão, e
recebe um tapa na cara. Eu considero essa cena completamente dispensável na
estória, pois o que aconteceu na novela, resumidamente, foi o seguinte: Helena
e Luciana eram modelos e estavam fazendo um trabalho juntas em alguma parte do
mundo. Aí Helena briga com Luciana e a manda ir para algum lugar de ônibus, ao
invés de permitir que a moça a acompanhasse em seu carro. Só que, no tal
ônibus, Luciana sofre o acidente que a deixa tetraplégica. Minha pergunta é:
como Helena ia adivinhar que Luciana ia sofrer o acidente? Assim, parece óbvio
que Helena não teve nenhuma culpa, certo? Errado, na opinião de Tereza, a fidalga
branca que é a mãe de Luciana. Então, Tereza vai à casa de Helena para jogar na
cara dela a responsabilidade pelo que aconteceu à sua filha. Se eu fosse
Helena, eu ia lamentar o acidente, mas deixar bem claro que eu não tenho bola
de cristal e que eu jamais poderia imaginar que tamanha desgraça iria acontecer
a Luciana. Depois, mandaria Tereza ir catar coquinho, e até chamaria a polícia
se fosse preciso. Mas não. Tudo o que Helena faz é assumir a subserviência
inerente à sua cor (na pena do autor da novela) e pedir perdão de joelhos. Em
troca, recebe um tapa na cara. Uma mensagem bem explícita de que @s negr@s que “não
sabem o seu lugar” acarretam desgraças aos brancos ricos, esses seres
angelicais de sangue azul que viviam muito felizes até que @s negr@s tiveram a
ousadia de ocupar espaços no mundo que não fossem os previamente dedicados a
eles (a cozinha, o prostíbulo, os presídios). Ver a cena <a href="http://www.youtube.com/watch?v=a1ewgffVGfc" target="_blank">aqui</a>.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Recentemente,
Taís Araújo protagonizou outra novela, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cheias
de Charme.</i> Porém, dentre as empreguetes, era a única negra e também a única
que falava errado e que não tinha nenhuma outra ambição na vida, a não ser
continuar vivendo sua vida de empreguete. A Rosário de Leandra Leal queria ser
cantora, a Cida de Isabelle Drummond planejava estudar jornalismo. Entretanto,
a Penha de Taís Araújo não tinha um sonho, não visava nenhuma outra perspectiva
na vida que não fosse continuar servindo a alguma patroa branca e “bondosa”. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ2E5wKJUAENUNFN-eGFKhm8uK8cWjKdCE2BsE9MVyE6SUDj2Pezi8Aw_Ar0PB_BtZljGQx8z2eYWOE7D2YSRNnWTwflhdxjedtOGGgingLnuHNUIoZrcXNJYvMkTZbZso7EFjkbzfjdw/s1600/isabel+lado+a+lado.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ2E5wKJUAENUNFN-eGFKhm8uK8cWjKdCE2BsE9MVyE6SUDj2Pezi8Aw_Ar0PB_BtZljGQx8z2eYWOE7D2YSRNnWTwflhdxjedtOGGgingLnuHNUIoZrcXNJYvMkTZbZso7EFjkbzfjdw/s1600/isabel+lado+a+lado.jpg" /></a><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lado a Lado</i> apresenta algum mérito ao
contar com um número bem maior que o habitual de personagens negros, compondo
perfis mais variados. No entanto, ainda peca por mostrar os brancos como salvadores
d@s negr@s. A Isabel de Camila Pitanga tem características muito interessantes:
é honesta, decidida, forte e cativante. Porém, só conseguiu se estabilizar na
vida graças ao beneplácito de mulheres brancas: Madame Besançon (Beatriz
Segall), Diva (Maria Padilha), Laura (Marjorie Estiano), Madame Dorleac (Maria
Fernanda Cândido). É claro que o gênero as une, mas o recorte de raça e de
classe tem especificidades que não podem de forma alguma ser desconsideradas. Temos
que ter em mente que todos os avanços que os movimentos sociais tiveram, seja
de mulheres, de negros, etc., foram conseguidos graças a muita luta e pressão
junto à sociedade, e não devido à generosidade de algum representante bonzinho
dos grupos dominantes. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOlrtf95fNlnC2kl6eNl1OvRHcsAx-fEG1W0bLzxhA8FXPmJL8dL34NHiXvSHeDRq1pINE3Dd6X_q1NIJozDypSjEqhNmKP3KsuGSrbW01XbgouQ3aOJshvdxxoEPW1tWpC_qQmyLqbOY/s1600/adelaide+zorra+total.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOlrtf95fNlnC2kl6eNl1OvRHcsAx-fEG1W0bLzxhA8FXPmJL8dL34NHiXvSHeDRq1pINE3Dd6X_q1NIJozDypSjEqhNmKP3KsuGSrbW01XbgouQ3aOJshvdxxoEPW1tWpC_qQmyLqbOY/s1600/adelaide+zorra+total.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo com
suas qualidades, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lado a Lado</i> ainda é
um avanço muito tímido rumo ao combate à depreciação d@s negr@s na mídia,
sobretudo porque a Globo insiste em manter no ar personagens como Adelaide de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Zorra Total</i>, cuja única função é
ridicularizar de uma só tacada vários grupos socialmente discriminados: é
pobre, mulher e negra. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-39471141074517043182012-08-27T13:42:00.001-07:002012-08-27T14:02:53.371-07:00Uniformização das mulheres<div style="text-align: justify;">
<b>Por Rosa Estrada </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem um comercial de lingerie que está sendo veiculado na TV, que chama atenção pelo machismo explícito. Parece chover no molhado falar de machismo em comercial, mas tem algumas campanhas publicitárias que são realmente chocantes. Mas essa propaganda à qual me refiro chamou minha atenção por três motivos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) O comercial mostra características masculinas totalmente irrelevantes como impedimentos para se ter relacionamentos com os homens que as possuem, como usar cueca de vinco, morar com a mãe, fazer as unhas etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) O comercial reconhece que, num universo de 100, existem homens com as características as mais diversas, embora sejam traços mostrados como ruins, é verdade. Mas as mulheres são todas iguais: todas querem usar uma lingerie sexy para atrair um macho, como se não existissem as lésbicas, as que já são casadas, as que não estão em busca de um homem etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) O comercial mostra as mulheres como inimigas e concorrentes entre si, na
busca irrefreável por um homem, o que, afinal, é o que move toda mulher,
segundo os publicitários que trabalharam nessa propaganda, é claro. E como
se conquistar um homem só dependesse de usar uma lingerie sexy.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é, não subestimemos as superestruturas.</div>
<br />
<br />
<br />
<br />Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-76552780720140390702012-05-21T13:28:00.000-07:002012-05-21T13:29:45.216-07:00Sonho que se sonha só...<div style="text-align: justify;">
<strong>Por Rosa Estrada</strong><br />
<br />
Semana passada, eu li uma breve entrevista com uma atleta do jiu-jitsu, aspirante ao MMA. As perguntas eram meio bobas, todas focadas em como a moça conseguia, ao mesmo tempo, ser lutadora e mulher (com todas as implicações do gênero, criadas pelo senso comum). Mas enfim, a pergunta que me chamou atenção foi aquela inevitável quando a interlocutora é bela e jovem: "você tem namorado?" A moça respondeu que não, pois ela treina de 6 a 8 horas por dia e, segundo ela, é difícil encontrar alguém que entenda a sua rotina regrada. Isso me fez lembrar de uma outra esportista, dessa vez uma jogadora de basquete, que certa feita declarou que não se casou porque os homens com quem ela se relacionava sempre pediam que ela escolhesse entre eles e a bola. A atleta, espertamente, optou pelo esporte. </div>
<div style="text-align: justify;">
Sou completamente sedentária, mas todos sabem que qualquer atleta profissional tem uma rotina, de fato, bastante puxada e disciplinada. Porém, o que eu acho curioso é que, quando as esportistas são mulheres, elas sempre têm que explicar o porquê de estarem solteiras, caso estejam, e, quando explicam, muitas vezes atribuem a sua solteirice ao fato de ser difícil achar um parceiro que entenda seu modo de vida. Mas eu nunca vi um atleta do sexo masculino deixar de namorar/casar por conta de sua profissão. É muito comum ver jogadotres de basquete, lutadores ou o que quer que seja, casados. Geralmente, as namoradas/esposas parecem ser bastante compreensivas com suas rotinas de treino e ainda se mostram dispostas a acompanhá-los em viagens. Só que para o homem, quando se relaciona com uma mulher cuja carreira despende tamanho esforço e dedicação, a impressão é de que é muito mais difícil, praticamente impossível acompanhar e apoiar a parceira em seu trabalho. Por quê? </div>
<div style="text-align: justify;">
Na minha opinião, as mulheres são criadas para desenvolver uma capacidade muito maior de se doar pelo outro. Abdicar de seus próprios interesses para acompanhar e apoiar alguém, cujas aspirações parecem ser muito mais importantes do que as delas. Nisso se inclui o tal do amor materno, aquele que dizem que é incondicional, que supera qualquer coisa. Parece que a sociedade quer que toda mulher aja de acordo com esse padrão estereotipado de mãe, mesmo que a mulher não tenha filhos. Ela deve ser a mãe do companheiro, aquela que o apoia, o ajuda e o acompanha, ainda que isso implique numa auto-anulação. Mas vá exigir que um homem faça o mesmo. Ah, isso nunca! Muitos homens devem achar um absurdo ter uma companheira que se dedique com afinco à sua profissão, chegando ao ponto de às vezes terem a arrogância de pedir para elas escolherem entre eles e a carreira, como fizeram com aquela jogadora de basquete que eu mencionei, no início do post. E isso não acontece somente com esportistas, mas com profissionais de todas as áreas. Quem são eles para acharem que podem ser mais importantes do que um sonho, um projeto de vida? São coisas que incutem no senso comum. Os planos e sonhos dos homens é que são importantes, os que valem a pena. E as mulheres têm sempre que estar dispostas a abondonar os próprios projetos para agradar seus homens, afinal tudo o que uma mulher pode desejar na vida é casar e constituir família, não é mesmo?</div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-2917404706927888612011-05-26T10:58:00.000-07:002011-05-26T12:03:28.790-07:00Contra o obscurantismo<object width="960" height="750"><param name="movie" value="http://www.youtube-nocookie.com/v/ZtYF3S0zLZk?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><br /><embed src="http://www.youtube-nocookie.com/v/ZtYF3S0zLZk?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" width="960" height="750" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object><br /><br /><br /><strong>Por Rosa Estrada</strong><br /><br />Acabei de assistir ao vídeo acima, um dos filmes do kit contra a homofobia, e o considerei bastante singelo, sensível e bonito. Ri de toda a polêmica que esse kit gerou. Nas reportagens tendenciosas dos jornais da grande mídia, sempre aparecem pessoas para dizer que a homofobia não é um assunto a ser tratado na escola. Como não, se a escola é o primeiro espaço em queo ser humano tem a oportunidade de conviver com pessoas para além de seu círculo familiar; onde o indivíduo descobre que, para além das suas próprias crenças,opiniões e modo de vida, existe uma diversidade de outros modos de ser e de pensar? A escola não é e nunca foi APENAS um lugar onde as pessoas se acostumam com a ideia de se vender a vida inteira a um patrão. É na convivência com os coleguinhas da escola que pomos em prática tudo o que aprendemos em casa: discriminamos quem é diferente de nós, praticamos bullying, achamos que os professores são nossos escravos etc. Por que não aproveitar esse espaço social tão importante para discutir o preconceito, nesse caso contra os homossexuais?<br /> <br />E o pior de tudo é ver como tem força a tal bancada religiosa (leia-se evangélica) do Congresso. Essas criaturas obtusas conseguem muitos adeptos e têm bastante influência política, mesmo perdendo tempo militando por coisas que não vão acrescentar em nada à sociedade. Por que não se reúnem para fazer uma manifestação contra o descaso na educação, os cortes na aposentaria, o caos na saúde pública? Mas não, manipulados por seus mentores religiosos, preferem combater uma iniciativa contra o preconceito! Assimilam na igreja uma visão da realidade totalmente distorcida e em nenhum momento se questionam, como se a palavra do pastor fosse a palavra do próprio Deus! Nada contra o fato de a pessoa ser evangélica, a religião é uma opção pessoal de cada um, mas o que eu não admito é que algumas pessoas usem a religião para condenar e discriminar quem não está nos padrões delas. A porra do país é laico ou não é? Não suporto ver pessoas, no século XXI, optando pelo obscurantismo. Não admito isso, não depois de Marx, de Freud, de Darwin, dos hippies e da pílula anticoncepcional.<strong></strong><strong></strong><strong></strong>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-61176538266131255812010-10-09T13:13:00.000-07:002012-08-27T13:54:48.442-07:00Em defesa da vida?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiY7e1urW7DWx2G1qSG-dnLTDK0tpjv07Rq33WDTEdHe1T8a4Ttpgy1B-pY0kJybAHCf8Vr6Sfx91hyCUNV-rvkoI8VMLrq37Ll0D9SJ4DuklDL61B_quf_RRAUpGyy6YKmVgoqRTzzbY/s1600/aborto.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5528363773310239762" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiY7e1urW7DWx2G1qSG-dnLTDK0tpjv07Rq33WDTEdHe1T8a4Ttpgy1B-pY0kJybAHCf8Vr6Sfx91hyCUNV-rvkoI8VMLrq37Ll0D9SJ4DuklDL61B_quf_RRAUpGyy6YKmVgoqRTzzbY/s320/aborto.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 186px; margin: 0 10px 10px 0; width: 200px;" /></a><br />
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<b>Por Rosa Estrada</b><br />
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Eu me considero uma pessoa de esquerda, mas às vezes sou assaltada por pensamentos um tanto quanto niilistas. Tenho pensado bastante sobre o segundo turno das eleições presidenciais. No embate Dilma x Serra, salta aos olhos o fato de que se trata de uma disputa sobre qual dos dois é mais fascista. E pior, é no que for considerado mais fascista que o povo vai votar, em sua maioria. Em relação à polêmica das correntes de internet segundo as quais Dilma seria a favor da legalização do aborto, da união civil entre homossexuais e sei lá mais o que, me impressiona que esses tais boatos seriam para os eleitores motivos para não se votar na candidata petista. Agora eu pergunto: se Dilma legalizasse o aborto ou deixasse viado se casar, isso iria afetar em que a sociedade brasileira? Em nada, creio eu. No entanto, causa no povão um horror comparável ao holocausto somente a possibilidade de Dilma estar a fim de empreender qualquer uma dessas medidas progressistas às quais ela está sendo acusada de ser afeita. E Serra se aproveita da polêmica, aproveitando para ressaltar o quanto se coloca em "defesa da vida" e se diz abertamente contra o aborto, supondo com isso estar agradando o passional eleitorado. Não satisfeito, ainda veicula uma propaganda ridícula, para dizer o mínimo, com umas mulheres grávidas acariciando suas volumosas barrigas ao som de dizeres do tipo "o maior milagre da vida é gerar uma vida" e outras baboseiras fascistóides do gênero. Na mesma propaganda, a coligação de Serra ainda promete inaugurar uma política chamada Mãe Brasileira, na qual as parturientes recebem enxoval assim que o bebê nasce. Fiquei com vontade de arrancar o útero ao ver e escutar tantos disparates. Porra, quer dizer então que a mulher só veio ao mundo pra parir?! E quanto ao planejamento familiar e à legalização do aborto? Eu, como mulher, cidadã e explorada pelo sistema, exijo ter o direito de fazer sexo o quanto quiser sem o risco de engravidar. Exijo acesso gratuito a camisinha e outros métodos anticoncepcionais, e reivindico inclusive a possibilidade de fazer um aborto em condições dignas, caso os métodos falhem. Não admito que o Serra, o Malafaia ou o Papa me ponham cinto de castidade, nem que eu seja obrigada a parir se eu por acaso engravidar.</div>
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Fico impressionada também com a credulidade do povo. Acreditar em teoria de conspiração de internet?! Não vou nem comentar a baixeza dessa estratégia desesperada da coligação pró-Serra. Só queria deixar aqui o meu alerta para os partidos de esquerda. Seja como for, o povo está suscetível a assimilar todo tipo de informação. Porém, só a direita se aproveita disso para disseminar teorias da conspiração de cunho fascista, no que aliás tem sido muito bem sucedida. Às vezes eu tenho a impressão de que só a direita milita. As classes dominantes continuarão conseguindo nos impor sua visão de mundo e nos convencem de que as necessidades das elites são as necessidades de todos. Infelizmente os pobres no Brasil não têm consciência de classe, não se reconhecem como classe explorada. O pobre sempre acha que é mais remediado que o vizinho. O pobre é convencido de que sua vida não é tão ruim assim. O pobre acha certo quando a polícia dizima jovens pretos e periféricos e acredita quando o jornal diz que as vítimas tinham envolvimento no tráfico. Enfim, o pobre tem a ilusão de que é igual ao burguês, de que o que beneficia o burguês o beneficia também, que um governo para empresários é um governo que pode favorecê-lo. Se os partidos de esquerda finalmente penetrassem nas massas, as organizassem, e mostrassem o quanto as mesmas são exploradas e o quanto é necessário o fim do capitalismo, finalmente vislumbrar a mudança. Senão, os comunistas continuarão sendo vistos como bandidos e inimigos do povo.</div>
Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-17529435757681231242010-06-28T14:51:00.000-07:002012-08-27T13:56:34.323-07:00O que quer uma mulher?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnWUU_2j3iIhz6AZJ6xFS5e1rDqcmpTqFlyhWRj3P_fn4nVWuQlDO_6FuK1KihLSp873gVGb1pBdf2PUNqy1Ngics2C7DW1k5yAs_OhV4UFhikP8bpVRmN3o3aP5EojVnBwtLOlngy_3c/s1600/simbolofeminino.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5503480724701496290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnWUU_2j3iIhz6AZJ6xFS5e1rDqcmpTqFlyhWRj3P_fn4nVWuQlDO_6FuK1KihLSp873gVGb1pBdf2PUNqy1Ngics2C7DW1k5yAs_OhV4UFhikP8bpVRmN3o3aP5EojVnBwtLOlngy_3c/s320/simbolofeminino.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; float: left; height: 211px; margin: 0 10px 10px 0; width: 183px;" /></a><br />
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<b>Por Rosa Estrada</b><br />
Engraçado. Já vi poeta por aí se fazer essa pergunta e tecer inúmeras metáforas e outras figuras de linguagem pseudo-inspiradas para apresentar como respostas. Bom, como sou mulher, e uma mulher bastante crítica, atrevo-me a responder essa pergunta.<br />
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As mulheres se odeiam entre si. Não há como negar isso. É algo perceptível para homens e mulheres, mesmo que algumas delas não admitam. As mulheres alimentam uma feroz concorrência entre si e utilizam das armas que têm a fim de passar as outras para trás. Qual a razão disso? Simples. Vivemos numa sociedade em que tudo virou mercadoria. Inclusive os indivíduos. Comportando-se como mercadorias, as mulheres utilizam dos mais variados artifícios para se tornarem o mais atraentes possíveis aos homens e , assim, ter mais chances de conseguir um bom casamento. Sim, ainda hoje, no século XXI, isso é tudo o que as mulheres mais desejam: ter um homem para se encostar. Não importa cor, grau de instrução, religião ou condição social, o objetivo mor da vida da imensa maioria das mulheres é casar com um homem que possa sustentá-las e, se possível, levá-las para passear de carro, viajar e gastar o seu cartão de crédito.<br />
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Portanto, essa é a conduta que norteia a vida das mulheres. O amor? Ah, amor e quaisquer outros sentimentos são puras bobagens. Você não precisa amar seu marido, nem a si própria. Se por acaso ele se achar seu dono e quiser mandar em você, lhe dizer o que fazer, aonde ir e com quem se relacionar, releve. Ignore até mesmo se ele lhe der umas palmadinhas. Afinal, até que de vez em quando você merece mesmo umas regulagens. E depois, o que é isso diante do maravilhoso fato de o marido entregar nas suas mãos o seu ordenado do mês, para que você possa administrar o dinheiro como lhe aprouver? Nada. O que mais mais mulher pode querer? Com um bom homem do lado, não precisamos enfrentar a vida. Só ficar em casa, cuidando dos afazeres domésticos e conhecendo o mundo através do que o marido diz quando chega o trabalho, sem o risco incômodo de nos dispormos a conhecer a vida e vê-la com nossos próprios olhos. Ficamos protegidas como quando éramos crianças. <br />
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Mas lembremos que o autocomércio não é exclusividade das mulheres. Os homens também têm seu valor de mercado. Todos somos mercadorias, homens, mulheres, não importa. Se as mulheres se vendem pelo sexo, os homens se vendem por outros preços tão ou mais baixos, e por motivos tão ou mais vis.Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-84604471738135919022010-05-19T15:52:00.000-07:002010-05-20T10:15:02.181-07:00R.I.P. Ronnie James Dio<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 378px; DISPLAY: block; HEIGHT: 373px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473398287112110754" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkNvj6uZgjFafhc6bcq1pUws6hBXH8_2BFjzEPovTClmIMjpmq9MFLtj7YOuX-Tz6yjlOLH9BOVOFiQEAiwFB-aXHvEYl1UFzQ_xPjCkKiXQUP1PQV7O01r3G8Ekqw9QqpZnNs6gdmr6s/s400/dio1.jpg" /><br /><div><div><div><br /><br /><div><strong>Por Rosa Estrada</strong><br /></div><div><strong></strong></div><br />Uso este espaço no Erres Errantes para prestar a minha homenagem póstuma a este grande artista. Ainda era criança, mas lembro muito bem da fita k7 que minha irmã tinha, que começava com um heavy metal contagiante, com um vocal poderoso. Demorei para descobrir que a música era intitulada "Holy Diver", e a voz era de um certo Ronnie James Dio. Muitos anos se passaram desde então e até hoje sinto um frio na barriga com aquela introdução atmosférica, minha pele se arrepia com os primeiros acordes, e meu coração dispara quando escuto a voz com o timbre único e belíssimo de Ronnie James. O que dizer então da ocasião em que escutei o disco <em>Heaven and Hell</em>, do Black Sabbath, pela primeira vez? Suei frio escutando "Children of the Sea", linda composição de Ronnie. Depois, eu continuaria me emocionando com "Self Portrait" e "Catch the rainbow" do Rainbow, "Sign of the Southern Cross" do Black Sabbath, "Rainbow in the dark" da sua carreira solo. Seja no Elf, no Rainbow, no Black Sabbath ou solo, Dio sempre foi fantástico como cantor e compositor. Não foi pretensioso da parte dele adotar esse nome artístico. Ronnie James é mesmo um DIO.<br /><br /><div><strong></strong></div><br /><br /><br /><div><strong></strong></div></div></div></div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-46275535579512365882010-05-07T12:32:00.000-07:002010-05-08T07:08:36.774-07:00Homenagem ao Dia das Mães<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcxazKsn6Wxg7q60vt6A6iqDaY-2MWObKEU-S1fpXMHSoUakiL7RvYJRnUNTPVas1M91hr_mcDECOKa7ewG1mQQGxwTX8BfP4ihFOZOeIxcpywaECe_3fN2MMg3T4enJ-Ax__76uG_npo/s1600/crucified_woman_by_eric_drooker.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5468897324196230562" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 317px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcxazKsn6Wxg7q60vt6A6iqDaY-2MWObKEU-S1fpXMHSoUakiL7RvYJRnUNTPVas1M91hr_mcDECOKa7ewG1mQQGxwTX8BfP4ihFOZOeIxcpywaECe_3fN2MMg3T4enJ-Ax__76uG_npo/s320/crucified_woman_by_eric_drooker.jpg" border="0" /></a> <strong>Por Rosa Estrada</strong><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUsePxmKE5350IPsv94Kd4RNi1cA9x3ZmrIuFBeD3-U9ErW4ptLXUayoMUp7UzKBQ9GK-udBC6J-V24MP8NTWBjtGp9rwDk9k-X4NXT-rA2swmNXkSOKA7uN8u1A1Dsal4VFDL5a-eumQ/s1600/io.jpg"></a><br /><br /><div>É insuportável ver os meios de comunicação de massa em suas hipócritas ovações às mães, agora que o tal dia das parideiras está próximo. Veja bem, não tenho nada contra as mães. Tem filho quem quer, cria quem pode. Mas o que me deixa indignada é a insistência da mídia em ressaltar o quanto é maravilhoso dar à luz, o quanto é incomensurável o amor materno, o quanto a mulher que ainda não pariu é incompleta, e outras pieguices e absurdos do gênero. Até aquela cantora do povão protagonizou uma propaganda dizendo que, quando teve seu filho, descobriu que foi para isso que ela existe enquanto fêmea. Entretanto, ninguém parece lembrar de todas as questões que envolvem os direitos reprodutivos da mulher no Brasil. O Dia das Mães vai passar, e o aborto vai continuar sendo um assunto varrido para debaixo do tapete. As mulheres continuarão sendo recriminadas por exercerem sua sexualidade, e as que optarem pelo aborto serão condenadas a recorrer a remédios ilegais, a clínicas clandestinas, sujeitas às penalidades da lei como se fossem psicopatas, como se a interrupção da gravidez fosse algo prazeroso e que não provocasse nenhum trauma. Aquelas que optarem por dar à luz permanecerão à mercê de um caótico sistema público de saúde, sem saber se elas e seus bebês voltarão vivos e inteiros dos hospitais-açougues. O machismo continuará reinando na sociedade, delegando exclusivamente à mulher a responsabilidade de criar os filhos, cuidar quando doentes, prepará-los para a vida, enquanto aos homens caberá no máximo inseminar e depois dar sessenta reais de pensão por mês. E assim caminha a humanidade.</div></div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-63630865267424995402010-03-31T10:27:00.000-07:002010-03-31T10:44:41.872-07:00And the winner is...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg72rFmdXIaz4u8YgMlb2QT22RDpY3sqE_BbZwj-gjifOV_0QBwxwt670N6bsjeBGDo8Fexa5OiqCvxIfZ94jEiEhcGZg6-RDThOxYCIqYbpREg1DLg_JOnDXZYPCcwkRZd-lVu-H1LV-M/s1600/untitled.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454854791549280818" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg72rFmdXIaz4u8YgMlb2QT22RDpY3sqE_BbZwj-gjifOV_0QBwxwt670N6bsjeBGDo8Fexa5OiqCvxIfZ94jEiEhcGZg6-RDThOxYCIqYbpREg1DLg_JOnDXZYPCcwkRZd-lVu-H1LV-M/s320/untitled.bmp" /></a><br /><div><div><strong></strong></div><br /><div><strong>Por Rosa Estrada</strong><br /></div><div></div><br /><div>Maktub!, bradou o alegre apresentador. Pois é, estava mesmo escrito, não poderia ser diferente. Numa edição do reality em que o objetivo era enfocar a diversidade sexual, vence o participante mais preconceituoso da casa, aquele que sempre deixava evidente o seu "orgulho hétero" e que ficava visivelmente incomodado com simples brincadeiras envolvendo o seu nome e o de um dos gays. Com o cinismo que lhe é peculiar, o público elegeu assim o mais novo milionário da praça, numa mensagem muito clara de que o homossexualismo no Brasil ainda é algo encarado com desprezo e extrema falta de respeito. Não chega a surpreender. Num país em que Tropa de Elite foi um filme de estrondoso sucesso, o povo não perdeu a oportunidade de aclamar a versão civil do Capitão Nascimento. Os brasileiros agora já têm um novo herói.</div></div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-74709639059870718262010-03-25T03:13:00.000-07:002010-03-25T03:19:27.114-07:00Eu botei São Jorge na Santa Ceia!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbiJOrRYPCbiDQehSch-Joxcg2HK6_Wc9mBlL__9XL_ZeaMTYSRxV8vejK04qCw5CEX_Zyt-JmUNVEwlYUOIfYYwB7CGigJh9ahCVshsNcWQUu2KpFGkAFZkwLvZHPnzwpqaeHxqJeV3k/s1600/santa_ceia.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 170px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5452513560127289874" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbiJOrRYPCbiDQehSch-Joxcg2HK6_Wc9mBlL__9XL_ZeaMTYSRxV8vejK04qCw5CEX_Zyt-JmUNVEwlYUOIfYYwB7CGigJh9ahCVshsNcWQUu2KpFGkAFZkwLvZHPnzwpqaeHxqJeV3k/s320/santa_ceia.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong>Por Rosa Estrada</strong><br /><br />Recentemente eu vi num jornal que, à medida que o tempo passa, os pintores fazem novas representações da Santa Ceia cada vez mais fartas, com mais comidas e bebidas. Eu fui lá e pintei uma garrafa de vinho São Jorge na mesa!Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-10386394665700608002010-03-06T14:03:00.000-08:002010-03-15T04:25:43.079-07:00Como diria Gramsci...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtKrOtt_qszba7CKuYh2aj4bQTjREdynUF0vlFlq2LU3A9-RJZ5LB689udh-EbCTaU7Xyeap01yae-jg4-QVkroAleC8G7Cdk-93zUc515wSfKMPqInYJmhf4MurGRwOmBrVZKAG9TS6U/s1600-h/televisao.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 262px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtKrOtt_qszba7CKuYh2aj4bQTjREdynUF0vlFlq2LU3A9-RJZ5LB689udh-EbCTaU7Xyeap01yae-jg4-QVkroAleC8G7Cdk-93zUc515wSfKMPqInYJmhf4MurGRwOmBrVZKAG9TS6U/s320/televisao.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5448818628520705170" /></a><br /><br /><em><strong>Por Rosa Estrada</strong></em><br /><br />Frequentemente, ligo a TV e meu olhar treinado não deixa escapar o seu discurso, enquanto canal de propaganda da ideologia burguesa. No Brasil, a televisão exerce um papel formador de opinião em proporções tão amplas como talvez em nenhum outro lugar do mundo. Portanto, não é perda de tempo refletir sobre os estereótipos reproduzidos pelos programas de televisão no intuito de incutir em quem assiste valores que interessa a alguém que continuem sendo perpetuados e internalizados.<br />Vou começar minha breve análise pela novela do horário da dezenove horas, veiculada pela vênus platinada. Entre vários personagens, o que mais me chamou a atenção foi o de uma babá de pele clara que tem um filho adolescente, menor infrator. O curioso desse enredo é que o garoto é negro. O autor da novela achou por bem que o personagem fosse interpretado por um jovem ator de pele preta, num discurso silencioso mas prenhe de intenções. Ora, um rapaz negro não podia ser apenas um rapaz negro, como tantos que existem em nosso país? Não. A mensagem é: o negro possui a criminalidade inerente à sua cor, não importanto a maneira como vive nem como foi criado. O autor da novela parece ter feito questão de deixar isso tão claro que a mãe do garoto, uma mulher batalhadora, de bom caráter, é branca, enquanto seu filho infrator é negro. Fica a impressão de que o personagem só foi para o mundo do crime por ser ter a pele escura, como se fosse ele tivesse impulsos antiéticos intrínsecos ao seu fenótipo. Nina Rodrigues ficaria orgulhoso de ver suas ideias seguidas à risca ainda hoje, no século XXI. O que dizer então da novela do horário nobre? Não vou me estender muito sobre os absurdos desse folhetim, porque senão não haveria espaço para postar neste blog. Quero apenas mencionar uma personagem em especial, a garota negra, de boa família, que também não resiste aos seus impulsos e vai morar no morro, com o namorado bandido, também negro, <em>of course</em>. Essa personagem reforça os ideais de Nina, já apresentados na novela anterior, mas agora com mais destaque, para que fique suficientemente internalizado no telespectador. Isso para não mencionar a modelo rica e bem-sucedida, e negra, que se ajoelha no chão para ser esbofeteada pela fidalga branca. Aqui, a mensagem é: o negro tem que saber o seu lugar; negro metido que ousa circular na elite merece castigo! Como não existe mais o pelourinho (o instrumento de tortura, é claro), foram inventadas novas formas de punir o negro "que não sabe o seu lugar", para as quais a criatividade é inesgotável.Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-39325957540947949262010-02-18T14:02:00.000-08:002010-02-18T14:05:49.585-08:00Black Sabbath - 40 anos!Homenagem tardia aos 40 anos do primeirão do Black Sabbath.<br />Yeah!<br /><br /><object width="320" height="265"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/AMkgiJSnYLI&hl=pt_BR&fs=1&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/AMkgiJSnYLI&hl=pt_BR&fs=1&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="320" height="265"></embed></object>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-7415537147270127972009-11-10T06:47:00.000-08:002010-04-05T07:10:56.203-07:00Muro de Concreto<div align="justify"><em>Por: Roberto Casares</em><br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI2DDQTRVoyApkoUXgBBtfrQP7alkXDfO-U4f69kJshhHdwcYGLF6juqcI561O06vnQkV9T-XfLDn-Jzr4rzhYqyJvVB_-kI2oiTVZ9V7I09WQOU-3iL1-NwINRznOjuYaCzfyxecix5E/s1600-h/muro.jpg"><span style="font-family:arial;"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402502483624961794" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI2DDQTRVoyApkoUXgBBtfrQP7alkXDfO-U4f69kJshhHdwcYGLF6juqcI561O06vnQkV9T-XfLDn-Jzr4rzhYqyJvVB_-kI2oiTVZ9V7I09WQOU-3iL1-NwINRznOjuYaCzfyxecix5E/s320/muro.jpg" /></span></a><span style="font-family:arial;"> Essa tal liberdade abstrata que apregoam muitos, essa, a tal do "indivíduo, da mente...", a tal "profunda", inexiste para além da abstração. E o Reino de Além tem como antípoda o empírico, o pragmático.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Já naveguei pelas mais diversas visões(viciadas), já mirei nos mais diversos telescópios, e confesso que a maioria deles é de vista baça.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Hoje, para mim, <strong>liberdade </strong>é não estar materialmente agrilhoado, seja a "mocinhos" ou "bandidos". Tendo isso em vista percebo que liberdade é coisa rara sobre a crosta terrestre, restando, portanto, vários graus de liberdade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Como não sou sociólogo, muito menos filósofo, e menos ainda escritor, informo-lhes, ainda que tardiamente, pois já se vai quase o texto todo, que tais escritos não passam de anotações decorrentes de olhadelas spbre a tal sociedade humana.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">O que mais tem me chamado atenção nestas olhadelas é a forma eficaz como o estado conseguiu incutir abstrações falsificadoras na mente da massa, sobretudo na camada pobre. Uma das abstrações mais perigosas, além da já citada "liberdade", é a tal "sociedade", signo que para mim beira o asemantismo, mas que para a maioria da população invoca a ideia de um corpo social unido e coeso. Eu sinceramente não entendo como pode alguém que vive diariamente as agruras do subúrbio, por exemplo, deglutir tamanha balela. Sim, senhores e senhoras, eis outro fato que não consigo desmentir (sim, eu já tentei): a humanidade é dividida em grupos de interesses. Interesses que são em sua maioria antagônicos entre si. De tal ciência não decorre nenhuma esperança de cunho comunista ou outro "ista", pelo menos não no meu caso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Amigos, tenho desconfiado seriamente na possibilidade de o mais profundo de mim mesmo serem as minhas tripas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">E aos que não suportam a realidade empírica, aos de estômago sensível a alimentos nus e crus, sempre há um Paulo Coelhozinho nas preteleiras das nossas vergonhosas bibliotecas. Aos apreciadores da mente inocente casta e simples, semrpe há um lugarzinho nas fileiras da Santa Madre Igreja.</span></div><br /><br /><br /><br /><br /><div align="right"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-family:arial;">No Som: John Coltrane</span> - Moments Notice</span></div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3239722211510246534.post-88391815600440432112009-10-28T13:20:00.000-07:002010-04-05T07:11:22.229-07:00Eu também vou reclamar!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5RFYufD62RpdLJv0GEbEHmjzjA0QWL3-YC2JC3C0CMC8q4eArC1OcNgAtUVdS6CqRQuYvL4h495YZTukubhZiHkFtfvSXq8QYm9hVkANAGlgPKak09oKcwbTPqLeE_2mkeUrViCCaA8o/s1600-h/edvard-munch-o-grito.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 254px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398851184129809362" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5RFYufD62RpdLJv0GEbEHmjzjA0QWL3-YC2JC3C0CMC8q4eArC1OcNgAtUVdS6CqRQuYvL4h495YZTukubhZiHkFtfvSXq8QYm9hVkANAGlgPKak09oKcwbTPqLeE_2mkeUrViCCaA8o/s320/edvard-munch-o-grito.jpg" /></a><br /><span style="font-family:arial;">Por Rosa Estrada<br /><br /></span><div></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Eu fico puta quando vejo esse pessoal da classe média se vitimizando, se colocando como os cristos da sociedade brasileira, alardeando que carregam o país nas costas, porque, segundo eles, os ricos não pagam impostos porque são safados e, os pobres, porque não têm dinheiro. Ora, eu sou pobre e pago mais impostos do que respiro. Os tributos estão incluídos no R$ 1,00 de pão de vento que compro todos os dias para tapar o buraco da barriga nas minhas manhãs. Eles estão no preço absurdo da passagem do ônibus no qual vou todos os dias apertada e sacolejada para a faculdade. Estão no R$ 1,20 da autenticação da xerox de cada lado do documento que tive que fazer para me inscrever num concurso. Enfim, os impostos estão por toda a parte e não há como fugir deles, a não ser que alguém tenha a coragem de fazer como Thoreau e se refugiar à beira de um lago, retirando-se do convívio social.<br /><br />Queria eu ser classe média. Preferiria trocar os meus dramas pelos deles. Mas, como não posso, continuo me desvencilhando das balas perdidas, dos bandidos, dos olhos dos big brothers de plantão. Prossigo na minha rotina de ônibus lotados, nos quais perco quatro horas de minha vida diariamente incluindo a ida e a volta, sempre temendo os assaltos, as brigas e os acidentes; convivendo com o medo de ter a casa arrombada, sem um tostão para comprar um livro, para bancar meus estudos, sem saber se vou chegar em casa depois de um dia inteiro de estudos e trampo e encontrar uma ração no fogão para comer.<br />Fazer o quê? Como diz o Emerson, Lake & Palmer, c'est la vie!</span></div>Erres Erranteshttp://www.blogger.com/profile/00471292465825220005noreply@blogger.com